Onde estamos

Onde estamos
Marigot Bay - St. Lucia
Escuna quase pronta - Cajaíba

Canoa - Cajaíba


Estaleiros - Cajaíba


Canoa a vela

Campinho


Tendo posto a prova a nova âncora (aprovada com louvor) e cansados de ficar sacudindo, decidimos suspender com destino a Ilhéus, distante 196 milhas. De madrugada havia entrado um vento muito forte (mais de 30 nós) conforme havia previsto o pessoal da marinha e deixado o mar ainda pior. Bem, balançando parado no ferro, melhor balançando a caminho. O percurso até Ilhéus foi realmente o mais emocionante. Enquanto a Doriane reclamava que não precisava ser uma Whitbread (antigo nome da regata volta ao mundo) com a água cascateando no convés a cada onda descida o Thiago dizia “radical!”. Realmente foi uma passagem mais emocionante. Dessa vez, sabendo que os ventos seriam mais fortes, optei por usar somente a genoa (o vento continuava de alheta). Fazíamos 8 nós sólidos, com picos de 9 a 9,5 nós nas ondas. Uma onda em especial nos levou a 13,8 nós. E isso com um rabinho de genoa.
Ilhéus é a cidade do cacau. Cantada em prosa por Jorge Amado, apresenta diversos pontos interessantes ao turismo tais como o Bataclã e o bar do Nacib. O iate clube local tem infra-estrutura náutica muito simples. Ficamos fundeados em fronte e o usávamos para embarque e desembarque. O acostamento para o abastecimento de água só é possível na maré cheia. O restaurante é muito bom. Nós, particularmente, contamos com o apoio de nossa tia, a Zuleide, que mora bem pertinho e nos paparicou durante toda a nossa estadia. Chegamos necessitando fazer óculos (perdi os meus em Abrolhos), comprar roupa para a Doriane e Thiago irem ao casamento do Diogo (sobrinho que casou em Belo Horizonte) e comprar passagens para Belo Horizonte (local do casamento). Com o suporte da Zuleide tudo se arranjou.
Havíamos planejado deixar o barco em Maraú, baía de Camamú, em frente ao sítio do Jens e da Blanca, sob os cuidados do caseiro, durante a nossa ausência para irmos ao casamento do Diogo. Sendo assim, deixamos Ilhéus e partimos para lá na terça-feira dia 1 de julho, para um percurso de apenas 77 milhas. Chegamos à tardinha e fundeamos na ilha Goió para pernoite. Na quarta-feira fizemos o percurso pelo rio Maraú até a cidade de mesmo nome. O sitio do Jens e da Blanca fica na margem oposta à cidade. Fomos recebidos com um almoço pelo Jens (Blanca havia ido até a Barra). Após o almoço fomos à cidade providenciar transporte para Ilhéus (de onde sairíamos para Belo Horizonte) e encontramos a Blanca pelo caminho. Ela, com seu jeito despachado, rapidamente resolveu nosso problema. Voltamos ao barco e a noite jantamos novamente no sítio. O jantar foi servido em uma mesa ao ar livre, a luz de velas (bem, não há outras) e acompanhado de vinho espanhol.
Jens e Blanca, conforme já havíamos comentado estão no mar com seu velerio (Abema) há muitos anos. Eles se encantaram com a baía de Camamú e lá adquiriram um sítio. Passam um período do ano no sítio e um período navegando, já tendo feito inúmeras travessias do Atlântico. Nós os encontramos em Santos e desde lá temos mantido contato. A casa do sítio reflete muito bem o estilo de vida deles. Não tem paredes, portas ou energia, sendo praticamente uma cabana. Contudo parece extremamente confortável (e tem tapete persa no chão).
O retorno do casamento do Diogo e da Lud foi com toda a família. Aproveitando a presença de todos, resolvemos reunir a galera em Maraú. Estavam presentes todos os meus irmãos, os primos Ana Lúcia e Marcelo com os filhos e ainda a D. Elfi (mãe da Doriane). Para ficarmos todos juntos acabamos ficando em um hotel na Barra, deixando o barco em Maraú, ainda no sítio do Jens. Foi uma semana extremamente agradável apesar de chuvosa.
A baía de Camamú, terceira maior do Brasil, tem navegação muito difícil com diversos bancos de areia, parceis de coral e lajeado de pedras. Se não bastasse ainda existem pedras lançadas pelos portugueses à época das invasões (holandeses, etc...) para evitá-las. Adicione ainda uma cartografia limitada e, portanto não é recomendável para a navegação com um barco do nosso calado. O transporte local é quase que exclusivamente feito por barco. A cidade de Maraú até 6 anos atrás não tinha acesso por terra. Dentre os passeios obrigatórios fomos à cidade de Camamú e ao vilarejo de Cajaíba. Cajaíba é um local conhecido nacionalmente pelos navegantes, pois lá se constroem as famosas escunas da Bahia. O processo é todo artesanal. Os artesãos não usam projeto. Usam uma espécie de ábaco chamado graminho, segundo consta de origem indiana, do qual retiram as medidas principais da embarcação. Vimos lindas escunas de até 30 m de comprimento. Na sexta-feira, 11 de julho fomos de toc-toc da Barra até Maraú para buscar o Pura Vida. Quase toda a galera. Na volta deixamos o Pura Vida fundeado em Campinho (mais perto). Campinho tem esse nome em função de uma antiga pista de pouso que lá havia. Era muito utilizada por Saint-Exupéry. Consta inclusive que ele teve uma namorada ali. Gostaria de tê-la conhecido, mas ela morreu há alguns anos.
Deixamos Maraú com destino a Morro de São Paulo distante 44 milhas. Sábado 12 de julho o pessoal retornou. Ficamos sós e um pouco tristes. O percurso até Morro de São Paulo foi novamente com vento a favor e mar alto. Bom para sacudir o astral com alguma adrenalina. Como saímos cedo chegamos por volta das 16:00 hs. Entramos com cautela, pois o local tem muitos recifes. Um pouco adiante, na entrada avistamos o veleiro Ilha do Mel, o qual sabíamos estar na nossa frente desde Vitória. Já havíamos cruzado em curso quando entrávamos em Maraú. Eles haviam pegado uma poita em frente a um iate clube. Inspecionamos toda a área e fundeamos próximo. Morro, como dizem os locais, localizado na ponta nordeste da ilha de Tinharé, é um lugar exclusivamente turístico. Não possui carros e todo o transporte é feito em lombo de burros ou carrinhos de mão. Tem diversas pousadas e hotéis para todos os gostos e bolsos, bem como restaurantes. Gostamos bastante, mas nos disseram que no verão é muito melhor. Águas transparentes e sem chuva.

7 comentários:

Nazaré Lisboa disse...

Gostei de saber das notícias!
Escreva mais, escreva mais, escreva mais... he he he
Estamos com saudades de vocês, mas o que diminui um pouco a saudade é saber que vocês estão muuuuito bem.
Beijinhos
Nazaré

Dani disse...

Já escolheu seu destino e ainda não tem hotel? Acesse o site www.rbhpraias.com.br e confira as promoções e indicações de hotéis e serviços e consulte sua passagem aérea.
Fácil, prático e seguro!

Unknown disse...

Amei receber notícias ,desejo a voces só alegrias . Um beijão SÔNIA REKSIDLER

Antonio Carpes disse...

E ai Edson!
Tudo tranqüilo na viagem de Natal pra João Pessoa?
Como esta a atualização do blog?
Quando voltar em Janeiro avisa que quero ta lá pra amarrar os cabos do Pura Vida.
Um abraço
Antonio

Antonio Carpes disse...

Oi Edson!
Como voces estão?
Espero que toda essa tragédia que abalou Santa Catarina não tenha trazido problemas para voces e seus familiares.
Ficamos todos aguardando atualizações no blog para ter noticias .
Um abraço
Antonio

Equipe Veleiro Marujo's disse...

Olá,

Primeiramente gostaria de dar os parabéns pelo belo blog e aproveitar essa visita para apresentar o projeto Busca Náutica – www.buscanautica.com.br que estou desenvolvendo.

Trata-se de um guia náutico que nasceu em janeiro de 2009 com objetivo de proporcionar aos amantes do meio náutico uma ferramenta de consulta simples e eficaz.

Gostaria muito de contar com o seu apoio e também queremos cadastrar sua pagina na categoria “Cruzeristas” gratuitamente. Peço também seu apoio se possível para divulgar o nosso projeto no seu website.

Um grande abraço,

Alfredo Piragibe – alfredo.piragibe@buscanautica.com.br

Unknown disse...

Realmente Morro de Sao Paulo é fantastica no verão, com aguas caribenhas...